Vivemos uma boa parte da nossa vida sob uma grade escolar, e preste atenção nessa palavra, grade.
Uma estrutura que define e decide como, quando e no que prestar atenção.
Com pouquíssimo espaço para a decisão própria, nesse cenário, tudo está definido: o que vamos estudar, o que precisamos saber, a hora de começar e a hora de terminar.
Buscamos e temos direcionamento, precisamos de permissão até para ir ao banheiro.
E nossas ações costumam ter resultados muito claros: se você consegue se comportar e atingir os requerimentos de uma prova, você é considerado um bom aluno.
Então, somos guiados por um bom tempo pela imposição e permissão alheia. São seus pais e seus professores que decidem como vai se dar o desenvolvimento das suas habilidades
Mas aí você cresce. E se forma. E vira adulto.
E se, enquanto criança e adolescente, não teve a predisposição e estímulo de desenvolver habilidades fora do controle desse espaço pré-estabelecido, dessa “grade”...
Acaba encarando uma angústia muito grande no desafio de criar uma própria estrutura de estudo quando, eventualmente, é expelido desse espaço na vida adulta.
Nos sentimos largados ao alto mar quando estamos fora dessa imposição alheia que guia nossos estudos e o desenvolvimento das nossas habilidades.
O que pode dar para o autodidatismo um ar inalcançável, só para poucos gênios… ou de pesadelo.
Pois é, quando você está sozinho, sem imposição alheia, sem uma chefia, sem um professor e sem uma grade que define pra você o que tem de ser feito… De repente você precisa ser seu próprio “coordenador pedagógico” tendo que escolher o que estudar, com quem estudar e como estudar.
Além disso, você é seu chefe e você é também seu estagiário. Você é quem faz a estratégia, mas você também é quem a executa.
E então, as estruturas precisam ser criadas por nós mesmos: as estruturas de estudo, as estruturas de trabalho…
Jogar luz sobre esses sistemas e estruturas escolares não é necessariamente uma forma de demonstrar antipatia a eles, não subestimo em nada o papel desses mecanismos no nosso desenvolvimento.
E claro, a escola não é a única responsável por nosso apego com a imposição alheia: essa ansiedade de querer que alguém só nos diga simplesmente o que fazer e como fazer.
Existe uma angústia muito comum ao ser humano quando nos deparamos com uma falta de imposição, a angústia de ter que lidar com a própria liberdade de decisão, com o fato de que você é um adulto com livre arbítrio.
Algo que de cara parece ótimo, o sonho de toda criança.
Mas você sabe que os desdobramentos disso na vida real não são nada gostosinhos, pois já percebeu que a liberdade e a responsabilidade são aquelas amigas inseparáveis, onde uma não vai sem a outra.
Essa angústia é o que o filósofo, querido por mim, Kierkegaard chamou de vertigem da liberdade: nos angustiamos com o fato de que podemos escolher.
Também não dá para deixar de fora desse balaio questões pessoais a cada um, tanto por estruturas familiares quanto por questões de personalidade e crenças.
Por exemplo, eu estudei todo meu ensino médio numa escola de período integral, 9 horas do meu dia eram bem “gradeadas”. Quando eu saí de lá – boom – pandemia e o que já era confuso, a transição de adolescente estudante para adulta desempregada, ficou ainda mais.
Uma confusão bem característica, com um cheiro impregnado de álcool em gel.
Tudo isso só não foi ainda mais caótico porque certos aspectos do autodidatismo me eram comuns, principalmente por causa da minha família.
A curiosidade e a experimentação sempre foram muito incentivadas, e isso me deu base para conseguir criar minhas próprias estruturas de estudo nesse momento em que tudo era muito incerto.
Mas mesmo com essa predisposição, a vida se desenrola e exige mais de nós – e o que antes funcionava de maneira intuitiva precisou ser fortalecido.
Então, novos desafios surgiram, e a confusão e a ansiedade com que lidamos quando nos vemos fora dessas grades, sem o direcionamento firme de alguém que sabe mais do que nós ou de uma instituição que decide no que devemos prestar atenção, parecem inevitáveis.
Se não encaramos essa confusão, ela representa um perigo para nossa capacidade de desenvolver as habilidades necessárias para alcançar o que queremos.
Principalmente em um mundo como esse aqui, cheio de distrações, cheio de possibilidades, cheio de modelos que é a internet.
Então juntamos todas essas coisas – a vivência escolar que nos condiciona ao direcionamento, a angústia humana em relação a liberdade de escolha própria e a decisão de criar algo por si próprio nesse meio internético – e temos aí um resultado muito estranho de pessoas adultas, supostamente indo atrás de sua própria liberdade, que ainda pedem permissão para ir no banheiro.
Mas a busca por permissão nesse perfil adulto é mais sutil. Na verdade, muitas vezes é imperceptível.
Claro, estou brincando com essa manifestação clássica de permissão: ter que pedir para ir ao banheiro na escola. Mas ninguém mais quer ser visto como uma criança que precisa ser permitida.
Então, buscamos permissão de forma mais requintada.
Buscamos essas permissões disfarçadas de perguntas. Simples perguntas, a nível de curiosidade e informação.
Te escrevo essa Carta por ter percebido por meio de mensagens e dúvidas frequentes de pessoas nessa mesma jornada, de trabalhar com a internet e criar algo próprio, que disfarçadas de perguntas em busca de informação, na verdade, realmente só pediam permissão.
Sabe como é, essas pessoas que estão por aí fazendo seus cursos online, passando mais da metade do dia na frente de uma tela, que estão estudando e tentando fazer acontecer, as pessoas que participam de mil grupos e tem uma suspeita cretina de que todo mundo sabe o que está fazendo - menos ela. Pessoas como eu.
Boas vezes percebo que elas não querem simplesmente saber como fazer tal coisa, pois, se fosse isso, muito provavelmente pesquisariam no Google e descobririam essa informação. Percebo, tanto pela forma como a pergunta é feita quanto pela reação à resposta, que elas não querem realmente uma resposta objetiva, estão, sem perceber, pedindo permissão para fazer o que querem.
Permissão para investir tempo em estudar algo, permissão para fazer um teste, para fazer um post, para experimentar uma nova forma de fazer as coisas, para dar um próximo passo…
Querem uma reafirmação, uma espécie de consolo, que alguém compartilhe a experiência de ter feito algo parecido e o que deu certo e errado nesse caminho.
Mas por vergonha, ou medo da vulnerabilidade, disfarçam esses pedidos com perguntas simples:
“gente, ainda vale a pena fazer uma newsletter?”
“ainda vale a pena fazer reels?”
“será que eu faço um canal no youtube?”
E quando não é entregue o que realmente querem (o que acontece na maioria das vezes), inevitavelmente, por mais que seja uma boa resposta, é insatisfatória.
Sem perceber, estão à procura de um direcionamento que os ajude a escapar dessa angústia da escolha própria. Tentam escapar, mesmo que momentaneamente, da total responsabilidade que temos pelo que fazemos ou deixamos de fazer.
Dramático, né?
Mas qual que é o problema disso, afinal? Qual é o problema dessas perguntas e o que elas procuram?
O problema é que quando você não entende, ou propositalmente esconde, a própria intenção das suas perguntas, nenhuma resposta será realmente satisfatória.
Quando você não é sincero com o que realmente está esperando com suas perguntas, se deixando dominar pela ansiedade de saber logo e se negando a encarar seus medos, em vez de aprender com os outros, você tenta receber o aval deles de que tudo bem você fazer o que quer fazer ou de que está no caminho certo, estudando a coisa certa, investindo na plataforma certa…
E tenta receber uma permissão deles que só você pode dar para si mesmo.
Está atrasando as suas possibilidades de alcançar respostas satisfatórias que te levem para mais perto do seu objetivo: conseguir fazer um trabalho melhor, desenvolver uma habilidade, ter mais clareza.
quando seguimos pelo medo > respostas insatisfatórias e sensação de correr em círculos
quando seguimos pela curiosidade > respostas que impulsionam nosso crescimento
ah mas então não pode perguntar mais nada?
A ideia não é que você tenha vergonha de ter as dúvidas e medos que tem, nem que você se auto censure depois da leitura dessa Carta, muito menos que você despreze o papel que outras pessoas podem ter em sua jornada.
O que eu proponho aqui é que você não deixe a ansiedade por permissão e direcionamento ser a única motivadora para suas perguntas e para suas interações com pessoas que podem te ajudar.
O direcionamento e a proteção que recebemos quando crianças já não se encaixam mais na vida adulta.
Pois mesmo que essas pessoas que recebam suas perguntas ansiosas te digam com todas as letras “está tudo bem fazer o que você quer fazer”, “faça isso ou faça aquilo”... Será só você que poderá dar essa reafirmação para si mesmo, dia após dia quando estiver botando a mão na massa e a dúvida e a ansiedade, inevitavelmente, baterem.
Já que não há mais um professor com uma prova para te dar 10 (ou 6, né?), não há mais uma data de entrega do trabalho que vai garantir as suas férias sem recuperação – não tem mais ninguém para te guiar a cada passo e tomar responsabilidade pelo seu crescimento e, sinto informar, não há garantia de sucesso.
Esse tempo já passou, e que bom que passou, isso significa que você pode mais do que definiram para você.
Então, percebe? É uma boa notícia, juro.
Então, é necessário que você tome as rédeas sobre o seu caminho. Sobre aquilo que quer experimentar e fazer, sobre aquilo que quer estudar, no que quer investir seu tempo e dinheiro.
Um dos pontos essenciais de descobrir e entender tudo isso é fazendo boas perguntas.
São as perguntas certas que te levam ao caminho daquilo que você quer alcançar.
E o primeiro passo para fazer perguntas melhores é ser sincero com a intenção com que você faz essas perguntas. Ser sincero com o que você espera das respostas que quer receber.
Essa sinceridade é um exercício constante, pois muitas vezes sentimos vergonha do que realmente queremos como uma resposta.
Ser sincero é avaliar o que, sem auto censura, causa a sua dúvida atual: é uma curiosidade ou uma ansiedade? Ou talvez, as duas ao mesmo tempo?
Para mim, uma boa pista é: geralmente, quando uma dúvida vem da curiosidade, fico tranquila com a possibilidade de que uma resposta acabe gerando ainda mais dúvidas:
“Quando eu tirar essa dúvida, vou descobrir ainda mais coisas que posso fazer.”
Enquanto uma dúvida que vem da ansiedade procura o absoluto, o incisivo, a imposição – procura a permissão:
“Socorro, eu só quero que alguém com muita certeza me diga o que eu tenho que fazer logo.”
Essa é a forma como eu observo as dúvidas surgirem em mim. Isso pode ser diferente para você, mas quando temos esse olhar para nós mesmos, quando somos capazes de parar por um momento quando uma dúvida surge, só para avaliar o sentimento que essa dúvida traz junto de si – é animação ou vergonha? é interesse ou medo? – isso pode mudar totalmente como nos relacionamos com aquilo que ainda precisa ser desenvolvido, pois se há dúvida, há espaço para crescimento.
Mas o engraçado é que quanto mais você exercita essa capacidade de auto reflexão, mais você percebe que as respostas para as suas necessidades podem estar mais perto do que você imagina.
Já que quando você sabe o que quer de uma resposta, você sabe quem pode ser o melhor respondente para ela – seja o google, o colega de profissão, aquele grupo com pessoas específicas, o especialista em tal coisa, o amigo de infância ou até a sua mãe.
Então, com esse olhar, a sua busca por desenvolvimento e por sanar dúvidas deixa de ser ditada pelo medo e a pela ânsia em ser direcionado e passa a ser direcionado por uma curiosidade genuína.
Esse é um processo pessoal que eu acredito que não tenha um passo a passo definido, mas isso pode te ajudar:
Para perguntas internas, aquilo que você deve se perguntar:
> O que estou procurando com essa dúvida?
> Que sentimento está ligado a ela?
E depois, para levar isso para o externo:
> Onde posso achar uma resposta satisfatória?
> Como eu vou apresentar essa pergunta?
Não coincidentemente, quando você passa a desenvolver essa auto reflexão sobre as perguntas que faz, você também passa a reconhecer o lugar das pessoas nessa sua jornada: participantes, em maior ou menor grau de importância no seu desenvolvimento.
E você vai compreender, cada vez mais, que a permissão e estrutura que você procura, só você mesmo pode se proporcionar.
E então, o autodidatismo começa a florescer. Bonitinho.
Há muitos outros elementos envolvidos na habilidade de auto didatismo – a capacidade de pesquisa, experimentação, documentação, de estruturação de estudo – mas o que eu quero passar para você nessa Carta é um primeiro passo essencial: a auto permissão.
Você já sabe que precisa de uma cambada de habilidades para conseguir o que quer, mas para conseguir alcançar qualquer uma delas, você precisa se dar permissão.
Permita-se começar, errar, não conseguir mais um dia e mesmo assim tentar de novo. Permita-se não ter certeza, arriscar, e buscar quem pode te ajudar, aproveitando tudo o que essa pessoa tem a oferecer com boas perguntas.
Sem essa auto permissão, nada do que também é essencial no autodidatismo pode se desenvolver.
Pois você estará procurando permissão de outras pessoas, que estão ocupadas demais permitindo a si mesmas.
E veja bem, não saber como desenvolver essas tantas habilidades do autodidatismo já é um assunto para se estudar, olha o tanto de boas perguntas que surgem da declaração: “eu não sei estudar sozinho”,
E como você estudava quando não estava sozinho?
Como você funciona quando precisa focar?
Como você procura aquilo que não sabe?
Como você lida com suas demandas?
Como você busca melhorar naquilo que sabe que ainda não é bom?
Acabamos procurando uma estrutura e direcionamento no modelo dos outros, na vida dos outros – seja através de grupos, stories do instagram, textos do substack, ou até cursos e mentorias – enquanto a sua própria vida, a sua própria forma de funcionar, e seu próprio modelo de estudo ou de negócio, se mantém encoberto, um mistério… por falta de permissão para descobrir por si próprio.
Então, estude sobre o ato de estudar – e reconheça, muito humildemente, que o stress faz parte do estudo, que a angústia de não saber e de se sentir incapaz é inevitável.
Estudar pode ser gostoso, finalmente entender aquilo que antes era nebuloso é uma sensação muito boa, como a sensação de encaixar a última peça num quebra cabeça.
Mas estudar também é desafio, é levantar um pé de um degrau para ir pro outro, é gasto de energia, é bater de frente em seus limites e entrar em atrito com eles por tentar ir além.
Sabe, é aquela sensação de ter 9 anos e estar fazendo a lição de casa de matemática (que é para entregar amanhã) na mesa da cozinha às 20h da noite e sentir seu corpo QUENTE de stress por não entender nada.
“aperfeiçoar a capacidade intelectiva, pensar com competência é tão esforçado quanto ter músculos, correr, nadar travessia – exige empenho, exige dedicação, exige bunda na cadeira” - Clóvis de Barros
Encarar o autodidatismo na vida adulta é encarar essa dor de novo. Mas não encarar essa dor é estar a mercê da boa vontade do mundo.
E se você está aqui, lendo essa Carta até agora, já sabe que não dá para estar à mercê da boa vontade do mundo, de que você precisa de mais do que isso para chegar onde quer.
Então, conheça as suas maneiras e esteja atento a sua curiosidade.
Saiba que o seu caminho ninguém pode traçar por você, por mais brilhante e inspiradora que essa pessoa seja.
Mesmo que você compre a esteira de produtos inteira do especialista que você mais admira, a permissão para se comprometer com aquilo ainda está na sua mão.
E quando você nem tem dinheiro pra gastar nessa tentativa falha e na verdade, está tentando fazer o seu próprio dinheiro agora, você não tem muitas escolhas além dessas: se dar permissão de traçar o próprio caminho encarando o desconforto de não ter todas as respostas ou garantias…
Ou entrar numa busca inútil atrás de alguém que te dê essa permissão, procurando um conforto que já não mais faz parte da sua realidade, fazendo as perguntas erradas e sempre recebendo respostas insatisfatórias.
Não se convença de que o autodidatismo é uma coisa especial. Ou que seja sobre “aprender sozinho”, querendo aprender só através de tentativas e erros teimosos.
A história do “self made man” é canção de ninar para carinhas arrogantes. Praticamente tudo do que aproveitamos, alguém já teve o trabalho de fazer por nós, de explicar para nós, de pôr tudo à mesa.
Assumir o autodidatismo nunca será uma forma de subestimar professores, mentores, pessoas mais experientes ou comentadores do seu trabalho, nem de esnobar a troca e o compartilhamento. É uma forma de colocar eles nos lugares que eles pertencem: como participantes, em maior ou menor grau de importância, na sua jornada.
Mesmo que você tenha um líder, mesmo que você tenha um mentor ou uma pessoa que te guie…
Mesmo que você acompanhe tudo do especialista que você mais admira…
Mesmo que você participe de um grupo cheio de seres iluminados…
A permissão para se comprometer com aquilo que você quer alcançar ainda estará na sua mão.
Tudo isso que essas pessoas te oferecem pode te ajudar muito – mas sinceramente, não espere ajuda. A receba quando ela vier, mas não a espere, reconheça ela como uma surpresa legal, não um requisito para você fazer qualquer coisa.
É ter a autonomia de ir atrás do que você precisa saber: é saber pesquisar, saber fazer boas perguntas, saber pedir informação da melhor forma possível e ser específico no que você quer alcançar.
É a responsabilidade com teu próprio caminho, com a experimentação e a curiosidade.
Quando juntamos esses elementos: as boas perguntas e a auto permissão, podemos ir muito longe.
Você passa a aproveitar a ajuda de maneira mais eficaz, se relacionando melhor com pessoas que passam por sua jornada… mas você não se torna dependente desses fatores.
Você, finalmente, para de pedir permissão para ir ao banheiro.
Vai nessa.
Obrigada por sua atenção, ela é mais preciosa do que você imagina.
Gostou da leitura? Chegue mais pertinho, entre no grupo silencioso Zap do Coelho:
Além de mandar algumas coisinhas extras por lá, quem está no grupo pode opinar nos temas das Cartas e fica sabendo de primeira mão tudo o que acontece (e o que vai acontecer) nesse mundinho.
Esse sábado (29/03) os membros vão ficar por dentro de uma oportunidade única. Ui, que chique.
A música da Carta #17 é essa aqui:
Embora eu já tenha pensado muito nesse assunto, por vezes me pego pedindo autorização também. Acho que é uma armadilha dessa falsa proximidade que as redes sociais criam entre nós e pessoas que parecem tão mais inteligentes e tão mais bem sucedidas. Aí a gente se sente tentado a buscar validação... Gostei das questões que você trouxe, acho que podem ajudar muito na hora de fazer um exame de consciência para fugir dessa eterna busca por chancela. Parabéns pelo texto!